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Por Johanna Schneller

A estrela de Castle Stana Katic se prepara para o outono com estilo cigano de classe. Por Johanna Schneller

De Shakespeare a “Moonlighting”, é sempre prazeroso assistir a um homem e uma mulher, bem-combinados, treinar verbalmente o seu caminho para o amor. A série de TV da ABC “Castle” continua essa tradição – com uma mudança. A série pode levar o nome do escritor Richard Castle (Nathan Fillion), mas é a garota, a detetive da Polícia de New York Kate Beckett (Stana Katic) quem manda. Ela é seu superior – aquela com o conhecimento, determinação de aço e um passado escuro e doloroso. Ele se apaixonou por ela, mas ela o fez esperar – só quando estava bem e pronta ela apareceu em sua porta.

Beckett é uma dessas damas Hawksianas – de temperamento forte, inteligente, capaz,” Katic diz durante um intervalo da sessão de fotos. (Nota: ela ama as roupas com a vibe boêmia dos anos 70: “Há um grande sentimento de força e mulher nelas,” ela diz) Por “Hawksianas” ela quer dizer personagens de fala rápida e perspicazes favorecidas em “Castle” pelo diretor Howard Hawks em filmes como “Levada da Breca”, “Jejum de Amor” e “Uma Aventura na Martinica”.

Personagens que Kate Hepburn e Lauren Bacall construíram, que Slim Keith era conhecida por ser, essas são as mulheres nas quais modelamos Kate,” Katic diz. “Ela é capaz de brincar com os garotos ainda sendo uma mulher e desfrutando de sua sensualidade.

Como é encarnada por Katic, Beckett tem sensualidade de sobra – cabelos cacheados, olhos de chocolate, pernas de um quilometro em calças justas e jaquetas curtas. Ela também tem algo que suas antecessoras na TV tiveram que lutar para obter: o respeito incondicional dos homens que trabalham para ela. “Andrew Marlowe, o criador da série, sente que o mundo está disponível para a minha geração de mulheres, e para as mulheres depois de nós, de uma maneira que não estava para nossas mães,” diz Katic, de 34 anos. “Eu não estou dizendo que as mulheres ainda não lidam com sexismo. Mas não existe a questão de ‘Posso ser presidente? ‘ É ‘Claro, eu posso fazer o que quiser.’”

Essa é a atitude que os pais de Katic – Sérvios da Croácia que se conheceram quando eram estudantes em Londres antes de se mudarem para Hamilton, Ontario e, mais tarde, para Aurora, Illinois – plantaram nela desde o início. “Eles encorajavam o debate, conversas sobre política, história, matemática,” Katic diz. Seu discurso é pensativo e comedido, ela pronuncia cada palavra precisamente como se estivesse falando um novo idioma – o que faz sentido, já que ela fala seis: inglês, língua croata, língua sérvia, esloveno, francês e italiano. “Eu sempre pude ter uma opinião e um ponto de vista, e podia expressá-lo e ir a fundo. Essa é a história da minha família. Todos tinham que ser fortes. Como imigrantes, eles tinham que superar as barreiras da língua e começar de novo sem nenhuma segurança financeira em um mundo totalmente novo.

Seus pais construíram uma fábrica de móveis e de negócios de varejo que serviu como o primeiro palco para Katic. Ela e seus cinco irmãos mais novos (4 irmãos e uma irmã) transformaram o grande armazém da família em seu parquinho, construindo castelos de vários andares e caminhos com obstáculos feitos de caixas de móveis. Imaginativa e sonhadora, ela encorajou seus irmãos a fazer peças, e na escola.

Eu estava sempre perguntando aos professores se poderíamos fazer uma peça. É tão bobo agora que eu penso sobre isso,” Katic diz rindo. “Mas é uma parte muito grande do que me faz vibrar. Eu adoro explorar o que significa estar viva pela imaginação, aprofundar-se na mente de outras pessoas. Eu sinto que todo ser humano tem a capacidade de expressas cada emoção. Isso é mais ou menos acessível para nós, dependendo de como nós crescemos ou experimentamos a vida. Trata-se de empatia com outra pessoa, mas também de reconhecer-se naquela pessoa. O que talvez sejam as mesmas coisas no fim.

Após estudar atuação na Chicago’s Goodman School of Drama, Katic ficou entre Los Angeles e Canadá, fazendo aparições na TV, filmes independentes e pequenos papéis em filmes (incluindo “007 – Quantum of Solace”) antes de conseguir “Castle” em 2008. Mas sua carreira ainda é um pouco irreal para ela. “Parece que ela pode ir embora a qualquer momento, então por que não aproveitá-la agora,” ela reflete. “E parece que estamos brincando. Há algo não adulto nisso.

O filme que ela gravou em seu hiatus recente, “CBGB”, que estreia nesse outono a levou à New York punk-rock de 1970 e 1980, e ao club Bowery, que era o coração disso. Ela interpreta Genya Ravan, uma cantora de rock e amiga próxima do dono do CBGB, Hilly Kristal (Alan Rickman). “O bar estava uma loucura,” Katic diz, sorrindo. “Eu pude ver fotos não publicadas, e ouvir histórias de pessoas mais antigas do punk-rock sobre as coisas incríveis que aconteciam lá.” Ela também passou um tempo com Ravan, que ainda vive no norte da cidade, e ainda canta, Katic diz, “nessa profunda e rouca voz de Janis Joplin. Muitas pessoas achavam que ela era Afro-Americana, mas ela é essa garota Judia imigrante maravilhosa da Polônia da qual a família sobreviveu à Segunda Guerra Mundial. Ela tem uma lista longa de namorados roqueiros, shows que ela fez – histórias maravilhosas.

Quando ela não está trabalhando, Katic ama viajar, mais recentemente para a Índia e Mongólia. “Foi muito interessante não ter conexão alguma com a língua,” ela diz. “Mas eu adoro ir para longe da civilização, para lugares onde eu posso experimentar um mundo autentico, quase intocado. Eu sou tipo uma antropóloga por hobby. Eu passo muito tempo no mundo imaginário, então após uma temporada grande ou um filme, é legal voltar ao chão e ver pessoas que estão experimentando a vida de uma maneira simples e honesta.

Os únicos ingredientes que ela precisa para a felicidade, Katic diz, são seus amigos e família. “Eu amo amá-los e ser amada de volta por eles,” ela diz. “O resto pode tudo ir embora,” ela diz. Por isso ela se recusa a falar de sua vida pessoal, e nem diz se está em um relacionamento. “A magia da minha vida pessoal é privada e maravilhosa e eu sou muito protetora disso,” ela insiste. “Eu gosto de ter isso para ir para casa, com alegria.

Ela admite estar satisfeita com o romance de Beckett e Castle, após anos de flertarem com isso. “Eu não achava que os personagens poderiam adiar por mais tempo sem que fosse falso,” ela diz. “Agora eu só espero que a série permaneça fiel à força de minha personagem, seu senso de individualidade. Para qualquer relacionamento ser interessante você deve ser capaz de desafiar um ao outro, encorajar um ao outro e amar um ao outro como iguais. Isso é o que é interessante para mim, isso é a personagem na qual eu investi. Então eu espero que ela não se torne a garota bonita de braço dado com o cara engraçado.” Com Katic a interpretando, sem chances de isso acontecer.

Fotógrafo: Brian Bowen Smith
Editora de moda: Serena French
Stylist: Jada Fitzgerald
Maquiagem: Lizbeth Williamson for CloutierRemix/Kreat Beauty
Cabelo: Robert Ramos/Celestine Agency

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