Stana Katic está na edição de outubro de 2017 da revista OK Magazine Bulgária. Confira a tradução da entrevista.

Lições de Sobrevivência, por Stana Katic

Algumas palavras sobre Absentia?
Eu interpreto o papel de Emily Byrne. Ela foi sequestrada 6 anos antes do início da história da série e todos acreditavam que ela estivesse morta. Ela era uma agente do FBI, casada e mãe de um garotinho. Quando nossa história começa, ela aparece viva e o homem que todos consideravam ser o seu assassino é quem conta ao marido dela como encontrá-la.

O que te chamou a atenção nesse projeto? 
Eu li os quatro primeiros episódios e o que eu achei mais interessante foi que essa era uma história de sobrevivência e eu tenho uma curiosidade enorme sobre histórias que tratam desse assunto. Eu li muitos livros de pessoas que passaram por provações incríveis, como a Segunda Guerra Mundial, o Holocausto e outros eventos altamente devastadores e traumáticos, mas conseguiram sobreviver e continuar com a vida deles. Então, lendo o roteiro, fiquei atraída com o fato de ter a oportunidade de ser uma mulher do nosso tempo que é uma profissional brilhante, uma mãe e uma esposa, mas também é uma heroína e uma verdadeira guerreira. A coisa mais importante para mim era explorar e entender o que faz alguém superar o pior. Como que é que alguém não só sobrevive a circunstâncias extremas e extraordinárias, mas saia dessa situação mais sábia e forte do que o ocorrido.

Conte-nos sobre a sua personagem.
Emily Byrne sabe como sobreviver. Ela reaparece em um mundo que continuou a existir na ausência dela: o marido se casou novamente, o filho chama outra mulher de “mãe”, o pai adoeceu, o irmão está lutando com a dependência do álcool. Mas qualquer que seja o problema que eles têm, todos encontraram um local confortável para si, no qual ela não se encaixa. Bem quando todos os familiares aceitaram a sua ausência e seguiram em frente, ela apareceu do nada e precisa encontrar o lugar dela novamente, nesse mundo que foi transformado de maneira que pode continuar sem ela.

Quais são os principais assuntos de Absentia, de acordo com você?
Para mim, o tema principal da série é a água. A água é uma simbologia linda que ajuda a retratar coisas importantes sobre a história e a minha personagem, em particular. É a água que a leva ao fundo do subconsciente dela, para que ela consiga acessar a sua memória e lembrar quem ela é para sobreviver. A água também está ligada com as emoções e com o renascimento, pois Emily Byrne se parece com uma Fênix, ela cai no meio da série e renasce de uma maneira incrível, assim como muitos sobreviventes o fizeram.

Quais são os temas universais que alcançarão o público internacional?
A série presta muita atenção à dinâmica dos relacionamentos familiares. Ela examina o relacionamento entre irmão e irmã, pai e filha, mãe e filho, ex-cônjuges, atuais cônjuges. Esses relacionamentos geram conflitos, em algum momento ou outro. Acho que não há ninguém no mundo que desconheça o tema de família e relacionamentos. O tema aqui é de valores familiares, lealdade e sobrevivência. Como descobrir e acessar a sua força interior, em nome daqueles que você ama, apesar das circunstâncias incomuns que podem provar ser devastadoras para alguns. Eu acho muito interessante o quão forte as pessoas são e pelo quanto elas passam, antes de finalmente começar a curar as suas mais profundas feridas.

Como foi para você gravar a série na Bulgária?
Foi lindo no meio do inverno, apesar de que para a maioria da equipe (aqueles que vêm de um clima mais quente) foi um pouco mais difícil. Mas o que mais me impressionou foi o trabalho da equipe do lado búlgaro. Eles eram profissionais incríveis com uma rica experiência. Na verdade, essas pessoas estão por trás de alguns dos filmes de ação mais populares do últimos 10-15 anos. É impressionante ver essa máquina tão bem engrenada em que todos se conhecem. Isso dá a sensação de que você está entrando em uma família coesa que te recebe de braços abertos. Eu amei! Para mim, gravar na Bulgária foi uma experiência muito agradável.

A trabalhar com Oded Ruskin?
Oded, Nadav, os atores, a equipe, todos vieram ao set com uma carga extraordinária, com a energia e o desejo de fazer o melhor nesse projeto que foi difícil de tantas maneiras. Eu digo que foi difícil, porque essa série foi gravada como um filme, todos os 10 episódios foram gravados ao mesmo tempo, por conta da localidade. Só tivemos 3 meses e meio, no meio do inverno. Mas todos deram o seu melhor.

É difícil gravar os 10 episódios de uma vez?
Desde o início das gravações, tínhamos o roteiro de todos os 10 episódios. O que de maneira alguma significa que não nos aprofundamos na ação e não trabalhamos nela. Porém, tínhamos o luxo de saber, desde o comecinho, a direção que iríamos e isso nos permitiu interpretar nossos personagens o mais confiante possível. Tradicionalmente, a televisão tem começo, meio e fim. Geralmente, gravamos um episódio de cada vez, mas neste caso, gravamos como um filme.

Qual é a sua cena preferida?
Há uma cena em que a Emily corre e salta para em um lago para se salvar. Estava muito frio e os produtores e a equipe estavam preocupados, apesar das precauções: eu tinha um traje de neoprene por baixo das minhas roupas e tal, mas eles estavam preocupados com o frio e porque ninguém sabia o que poderia acontecer. Tudo correu bem, a cena foi perfeita e o que vi nela que me fez ama-la foi que esta cena é, na verdade, uma bela visualização do que minha personagem realmente é. Nesta cena, ela pula de cabeça em algo totalmente desconhecido e hostil e, então, sai deste lugar muito profundo e muito perigoso. A partir desta cena, você entende como ela não vai desistir, que ela continuará, independentemente do que ela encontrar, para voltar à superfície e preencher os pulmões dela com ar fresco novamente. É uma bela visualização da essência de Emily Byrne.

Do que você mais gosta em Absentia?
A dinâmica familiar interessante, principalmente. Claro, todos os relacionamentos familiares são complexos, mas esses são um pouco mais complicados, por motivos compreensíveis, o que é interessante do ponto de vista da atuação. Eu gosto da ideia de ser capaz e saber como sobreviver, de passar por circunstâncias incomuns, superar as dificuldades. A outra coisa que eu realmente gosto é que nessa história, a personagem principal é uma mulher que também é uma mãe. Acho que não existem tantas histórias em que a mão também é uma super-heroína, mas de uma forma ousada, confiante e humana.

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