O blog The TV Junkies conversou com Stana Katic, a estrela e produtora executiva de Absentia, durante a divulgação da série no Canadá

A atriz falou sobre a sua experiência interpretando um personagem anti-hero, como foi ter o papel de produtora executiva e se podemos confiar em Emily ou não.

TTVJ: Quais foram algumas das suas considerações ao procurar por um papel seguinte ao de Kate Beckett?
Stana Katic: 
Eu queria encontrar algo que refletisse o que eu vejo no mundo no momento, ou seja, que as mulheres são complexas. Somos multifacetadas. Eu estava procurando por uma personagem que abraçaria todos esses elementos. Isto é, é claro, uma versão muito intensa disso, porque é um suspense psicológico. Acho que o que é atraente para um ator, especialmente agora, é que essas oportunidades estão cada vez mais por aí. Não estamos rebaixadas a interpretar a namorada preocupada ou a mãe preocupada. Agora, somos parte integrante da trajetória da história. Temos sido [parte] há um longo tempo, mas acho que agora está ficando mais e mais interessante.

Então, o que isso significa? Isso basicamente se divide em interpretar a personagem anti-herói, o que eu acho que característico. É um reflexo das pessoas. Todos fazem escolhas ruins e as pessoas tentam fazer o seu melhor. Às vezes as escolhas não são baseadas na melhor moral, então acho que o que é realmente cativante, compreensível, e assustador: tudo o que um anti-herói pode ser.

TTVJ: Em Absentia, você não é apenas a protagonista, mas também é a produtora executiva. O que iso significou para você ao entrar no projeto?
Stana Katic: 
Significa que eu tenho uma lugar à mesa. Significa que eu posso ter uma conversa, me sentar e colaborar com todos que são parte do projeto. Sony foi incrível em me aceitar e me acolher à essa mesa. Eu sinto que é importante, agora, aproveitar e assumir esse lugar quando ele é oferecido.

Trabalhamos no desenvolvimento, no processo de edição e como um futuro em potencial para Absentia seria. É um privilégio e um prazer.

TTVJ: Na última temporada de Castle você tinha o crédito de produtora, então essa foi uma experiência diferente?
Stana Katic: 
Eu já tive o papel e o crédito antes, mas essa é uma versão ativa disso. Estou sempre animada em participar da narrativa. Eu contarei uma história a qualquer um. Não significa que eles a ouvirão todas as vezes. Desta vez, eles a acolheram ativamente e queriam saber o que eu achava da história e como podemos, continuamente, nos esforçarmos para torna-la melhor.

TTVJ: Como atriz, qual foi o seu processo em se prepara para o papel de Emily?
Stana Katic:
Eu sempre tenho uma resposta brincalhona, mas vou te contar a verdade de que na época em que eu aceitei o papel, eu estava lendo sobre mulheres que sobreviveram à Sgunda Guerra Mundial, que participaram ativamente da resistência. Elas eram espiãs, fazendeiras, mães, um pouco de todo mundo. A resiliência extraordinária dessas mulheres, a tenacidade, a inteligência para superar o que elas aguentaram foi realmente inspirador e tenho curiosidade sobre isso. Essa história surgiu, então foi uma parte acidental da preparação e acho que é parte da nossa realidade. Há partes no mundo onde as pessoas estão passando por circunstâncias extremas. Como alguém sobrevive a isso? Como alguém passa da vitimização para um participante da raça humana?

TTVJ: Entrar em um papel como este, em que vemos uma personagem passar por trauma e depois lidar com a recuperação deve ser um desafio de atuação interessante.
Stana Katic: 
Sim, foi. Estávamos contando essa história em uma parte do mundo que tem uma história pesada. Tivemos sorte, pois pudemos acessar muitos recursos em um local como a Bulgária. Eu estava contando para uma pessoa que estávamos gravando em um túnel em um momento da história e, aparentemente, esse túnel era um local onde eles armazenavam ogivas nucleares e o usava para transportá-las. Também estávamos filmando em uma floresta com bétulas e, ao lado dela, havia um prédio que era um espaço habitacional de um campo de concentração. Ter esse tipo de história lá, acho que influenciou a história de uma maneira muito sútil. Foi informativo para nós, como atores. Especialmente para mim, pelo menos.

TTVJ: No episódio piloto há uma sequência assustadora, pelo menos para o público, com Emily em uma câmara de vidro e a água começa a entrar. Como foi essa experiência na gravação?
Stana Katic: 
Eles deixaram o mais seguro possível. No entanto, temos que nos dedicar a essa pessoa sendo levada à beira da morte, então foi um desafio. Após três ou quatro dias disso, eu fiquei tipo, ‘ai minha nossa.’ Mas eu estava em boas mãos e isso foi bom. Ao mesmo tempo em que está atuando, então está sentindo, você está envolvida com o terror do que deve significar sobreviver isso por seis anos. Daí, talvez, a apatia que vem de ter sobrevivido isso durante seis anos. Pelo o que essa personagem passa? No caso dela, ela se conecta com as lembranças do filho e é a única coisa que a mantém continuando. Acho que isso foi muito interessante para essa personagem.

TTVJ: Há tanto mistério ao redor do desaparecimento da Emily. Como público, podemos confiar na Emily?
Stana Katic:
Uau. Espero que o público possa. Como muitos personagens anti-heróis que estão por aí, estamos nessa linha, ‘estou realmente torcendo por essa personagem? Ai não, por favor, Deus, não faça isso.’ O personagem de Tom Hardy em Taboo, o personagem de Cillian Murphy em Peaky Blinders, estes são todos os personagens que testaram a nossa capacidade de acompanhar com o personagem. Espero que façamos isso com a Emily. De certa forma, isso faz parte do mistério dessa primeira temporada, que é ‘Quem estamos realmente acompanhando? Para quem estamos torcendo?’ Acho que o público terá momentos difíceis, em certa altura, com ela. Eles torcerão por ela e eles ficarão realmente chateados com ela. Eles a amarão e eles vão querer socá-la. Então, isso é parte da jornada para nós, nesses 10 episódios.