TORONTO — Ao tentar compreender o trauma que a sua personagem em Absentia sofreu enquanto esteve em cativeiro por vários anos, a atriz canadense Stana Katic refleteiu sobre um encontro que ela teve com uma vítima real de circunstâncias tão angustiantes: Jaycee Dugard.

A estrela nascida em Hamilton diz que ela conhece alguém que conhece Dugard, que foi sequestrada em junho de 1991 a caminho da escola, em South Lake Tahoe, Califórnia. Dugard foi mantida em cativeiro por 18 anos por Phillip e Nancy Garrido e deu a luz duas filhas, em um local escondido no quintal da casa do casal na Califórnia.

A oportunidade para Katic e Dugard se encontrarem “em um ambiente social”, a atriz disse em uma entrevista recente, observando que isso aconteceu não como parte de sua pesquisa para Absentia, mas que “apenas aconteceu“.

Um fotos das duas juntas pode ser vista na página de Stana Katic no Facebook em uma publicação de julho de 2016.

Ela é um ser humano lindo,” Katic disse durante uma parada em Toronto para promover a segunda temporada de Absentia, que estreia quarta-feira, no Showcase.

Ela é, de diversas maneiras, totalmente realizada. Depois de ter vindo de uma situação onde a identidade lhe foi tirada de diversas maneiras, ela se tornar nessa mulher autentica e plenamente realizada, ela tem um grande senso de humor, ela é uma boa pessoa. Eu a admiro.

Katic disse que não usou Dugard especificamente como um ponto de referência enquanto criava a sua personagem em Absentia, a ex-agente do FBI de Boston, Emily Byrne, que está tentando voltar à vida “normal”, após ser sequestrada e dada como morta durante uma busca arriscada por um assassino em série.

Mas ela descobriu que a história de Dugard causou uma impressão nela.

De maneira alguma eu posso dizer que a copiei ou algo assim, porque essa experiência, para mim, tenho que respeita-la completamente e protegê-la“, disse o ex-estrela de Castle.

A capacidade dela de recuperação e sua resiliência como ser humano e o crescimento que ela teve desde então, eu honro e respeito tanto essa mulher. No entanto, ler a história dela, ouvir sobre ela e conhecê-la pessoalmente, não posso dizer que ela não deixou grânulos de informação para mim.

No início da segunda temporada, Emily está em um lugar obscuro, enquanto tenta criar um vínculo com o filho que ela teve em sua vida anterior, antes de desaparecer. Ela também está pesquisando a sua infância problemática em um orfanato e começando a se lembrar de trechos de sua época em cativeiro.

A nova temporada foi gravada na Bulgária e explora temas de identidade, encontrando um senso de si próprio e ter domínio sobre si mesmo, disse Katic, observando que também se aprofunda na vida de outros personagens em torno de Emily.

No geral, Katic sente que a sua personagem é como Odisseu, da mitologia grega, e um anti-herói passando por desafios psicológicos, a fim de encontrar o caminho de casa.

Esse é o tipo de personagem que me atrai na minha experiência de espectadora de TV e de filmes“, disse Katic.

Por exemplo, eu amo Tom Hardy em Taboo, eu amo Cillian Murphy em Peaky Blinders e, claro, Tony Soprano…. Humanos são imperfeitos, então por que uma personagem feminina não seria… uma versão de um anti-herói?