Stana Katic para a Caras: “Precisamos cada vez mais assistir a finais felizes”
- 24 de setembro de 2022
A atriz canadense, de 44 anos, falou com a CARAS Portugal sobre sua participação na série Absentia.
O papel de agente de investigação parece ser perfeito. Depois de oito anos protagonizando a série Castle, na qual deu vida à detetive Kate Beckett e que lhe valeu vários prémios, Stana Katic volta a dar o que falar com a sua atuação em Absentia, série na qual interpreta uma agente do FBI (Emily Byrne). A terceira temporada acaba de ser disponibilizada no canal AXN Now.
Nascida no Canadá, filha de um casal de imigrantes sérvios da Croácia, Stana estudou Relações Internacionais em Toronto, antes de partir para os Estados Unidos, onde se formou na área da atuação. Foi lá que ela conheceu o marido, Kris Brkljac, um consultor de negócios bem-sucedido com quem manteve um longo namoro antes de subir ao altar.
“Reconhecer os erros que cometi no passado é uma oportunidade de aprender uma lição de humildade.”
Seu casamento aconteceu em abril de 2015, num mosteiro privativo na costa da Dalmácia, na Croácia, mas pouco mais se sabe da sua vida privada. Muito discreta, Stana anunciou, em outubro de 2021, que se manteria afastada das redes sociais durante algum tempo. Cumpriu o que dissera e só recentemente se soube que a atriz tinha sido mãe no último inverno, desconhecendo-se a data de nascimento ou o sexo do bebê. Morando atualmente em Los Angeles, ela tem dedicado parte do seu tempo a alguns projetos filantrópicos ligados às áreas do ambiente e da educação e da saúde infantis.
Caras: Sei que você fala fluentemente quatro línguas [inglês, francês, italiano e sérvio]. Aprender português pode ser o seu próximo desafio?
Stana Katic: Claro que sim! Vou a Portugal, passeio, provo a sua gastronomia, danço com pessoas na rua, enquanto aprendo português.
Você já esteve em Portugal?
Sim, já estive, no lançamento da segunda temporada de Absentia. Consegui ver um pouco das ruas de Lisboa, mas nada mais.
Você guardou na memória alguma coisa em particular?
Infelizmente, passei a maior parte do tempo dentro do hotel, mas consegui ir a alguns restaurantes ótimos.
A história desta série, Absentia, é muito pesada e intensa. Que ferramentas você usou para conseguir se desligar disso ao final do dia? Li que o seu pai te ensinou a cantar bem alto no carro, no caminho de volta para casa…
É verdade. E tomar uma ducha quando chego em casa. Isso ajuda a limpar a sujeira, o sangue e o dia…
Funciona?
Sim, isso e um mojito [risos].
Você acredita que os papéis que tem interpretado, personagens femininas fortes, podem ser inspiradores para mulheres de todo o mundo?
Hum… não sei. Se as personagens forem empoderadas, espero que as pessoas possam vê-las e que isso ajude a dar uma perspectiva diferente do quanto as mulheres têm para oferecer.
O que você gosta de fazer no seu tempo livre?
Muitas coisas que neste momento não posso fazer. Gosto de fazer ioga e caminhadas, ler, viajar e explorar o mundo. Tenho sorte, porque tenho a oportunidade de visitar partes extraordinárias do planeta, como a Mongólia e a Índia. Testemunhar as culturas local, a sua história, tem sido um grande presente.
Você já marcou a sua próxima viagem?
Ainda não, porque ainda não sei muito bem o que vou fazer profissionalmente nos próximos períodos, mas acho que a próxima viagem será à China. Embora seja razoável aguardar um pouco antes de a marcar.
Podemos esperar uma quarta temporada de Absentia?
Eu gostaria que isso acontecesse, sim. Acho que há uma versão da série que pode se passar no futuro e talvez possa focar no personagem de Flynn [o filho da sua personagem], que já seria adulto. Seria interessante ver o percurso dele e entrar no seu mundo. Nós, enquanto equipe, decidimos terminar com a terceira temporada porque levamos a personagem de uma situação em que ela estava muito destruída para uma posição de grande empoderamento. Pareceu um percurso maravilhoso e um final muito satisfatório para aquela família que também estava muito destruída e dividida. Acho que é um bom final acabar a série com a esperança de que Emily está vivendo uma vida maravilhosa, apaixonada e com um propósito.
Essa mensagem torna-se ainda mais importante depois de o mundo ter, como você se referiu, acabado de passar por uma pandemia. As pessoas precisam ter esperança, assistir a finais felizes?
Sim. Durante a pandemia, lembro-me de, em determinada altura, me ver pensando na minha bisavó e em tudo aquilo que ela sobreviveu. Ela passou pela Segunda Guerra Mundial, por várias perdas e, de repente, eu estava vivendo a mesma coisa, embora numa perspectiva diferente. Eu estava tendo uma maior percepção do que eles devem ter passado e pensei: se ela foi capaz de passar por tudo aquilo e, ainda assim, conseguiu encontrar uma luz, um sorriso, eu também consigo. Esta personagem, depois de tudo aquilo pelo que passou, é capaz de encontrar essa luz de novo e ter um sentido de missão, de propósito de vida, de esperança. Por isso, sim. Talvez, de certo modo, essa seja uma mensagem de esperança à qual as pessoas possam se agarrar nesta fase de loucura que estamos a atravessar.
Se você pudesse escolher, preferiria dar uma olhada no futuro ou mudar algo do seu passado?
Se mudasse algo do meu passado, poderia não estar aqui neste momento. Por isso, tenho de aceitar tudo, mesmo aquelas coisas das quais me orgulho menos. De certa forma, é bonito olhar para trás e ver tudo o que fiz de bom, mas também reconhecer os erros que cometi ao longo do caminho, já que é uma oportunidade de aprender uma lição de humildade e compaixão que creio ser fundamental para o mundo em geral.
A atriz aproveitou a entrevista para parabenizar a Caras pelos seus 27 anos.